Capitulo Três
Meu apartamento parecia estar ficando menor a cada dia que passava, a primeira semana de aula passou voando, Lucian ainda tentava entrar em contato comigo, mas acabei por quebrar meu celular com raiva e comprei outro não dando o numero novo para ninguem, muito menos para Kayla, conversávamos por Imail e eram apenas assuntos relacionados ao colégio, eu as vezes bloqueava qualquer tipo de relação de amizade que ela queria ter e me sentia mal depois, eu não podia viver assim trancada dentro de mim, talvez por isso era tão difícil.
Abro meu Imail constando que haviam varias mensagens de Lucian e as deletei sem ao menos abrir alguma e mando uma mensagem para a Kayla.
Oi Kayla
Queria saber se estava livre a noite, podíamos dar um passeio,
as noites de sábado em casa são entediantes, aposto que as suas também são.
Esperarei sua resposta.
- Julie
Miniminizo a pagina e procuro alguma coisa para me distrair, verifico álbuns de artistas no qual gosto e acabo por me prender na historia de Dante e Beatrice, a divina comédia, mas logo a fecho, romances eram coisas na qual manteria distancia por um tempo quando um novo Imail chega e o abro feliz por ser da Kayla.
Oi Julie
Eu adoraria, abriu um parque de diversões essa semana na cidade, se você gostar
poderíamos ou para outro lugar, só dizer.
- Kayla.
Não demoro muito para respondê-la, eu gostava de parques de diversões, eram meus favoritos, gostava dos mais radicais possíveis que fazia a adrenalina atingir o auge dentro de mim, combinei que esperaria ela as 19 na entrada do Parque, não ficava muito longe então não precisaria ir de carro, faria uma caminhada para esfriar um pouco minha cabeça diante de todas as situações, procuraria ter amigos, minha vida solitária já estava a se tornar entediada.
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Dei uma boa observada no meu guarda roupa tentando achar uma roupa mais "amigável" para vestir, ultimamente ele se resumia apenas em roupas escuras, havia me acostumado ao luto depois do acidente de meus pais na qual não me lembro muito bem, como se parte dessa minha vida estivesse sido apagada de minha mente, eu não entendia o por que, mas acho que era bem melhor assim, acho que pouparia mais a dor se eu lembrasse daquela cena lamentável.
Por fim coloco meus Jeans detonados e uma das poucas camisetas cinzas que tinha e pego minha jaqueta, meus cabelos soltos para o lado deixa que meu rosto se torne um pouco mais alegre que de costume, quando fecho a porta e dou uma olhada na rua, ela estava deserta, apesar de ser cedo o movimento era pouco o que me fez ter um pouco de medo, mas segui adiante em direção ao centro.
Era a distancia de apenas poucas quadras, a uma distancia razoável do local já se ouvia os gritos de algumas pessoas em alguns brinquedos, principalmente na montanha russa, era assustadora e com muitas curvas, algumas davam uma ligeira impressão que despencaria o trilho o que me fez ter um leve arrepio na espinha.
- Nossa, você é bem pontual - observa Kayla enquanto da um sorriso, ela estava simples como eu, mas com um look mais nerd, mas ela ainda continuava como uma boneca, ela era miúda um pouco mais baixa que eu, mas não se notava muita diferença.
Dou de ombros enquanto visto a jaqueta dando um sorriso amigável pra ela, havia muitas pessoas e algumas conheci do colégio, a maioria eram estudantes da Venon School, havia frequentado aulas com a maioria deles, mas que não tive muito contato infelizmente.
- Você veio aqui depois que foi inaugurado? - perguntei com uma tentativa de puxar assunto com ela, seus cabelos voavam sobre sua face o que a deixava a vezes irritada pois impedia sua visão e eu dava uma risada em resposta aquela cena.
- Não, é a primeira vez, achei que viria com seu namorado - Diz calma, mas balanço a cabeça tentando corrigir seu erro.
- Na verdade terminamos - murmurei mordendo o lábio inferior.
- Oh, sinto muito - Foi apenas o que disse, talvez outra pessoa perguntaria o motivo, mas não eramos intimas o suficiente para lhe dizer um pouco de minha vida, ela tinha razão em ter ficado em silêncio, eu fui burra de a ter afastado por tanto tempo, com certeza ela é uma boa amiga.
- Tudo bem, logo tudo voltará ao normal - sorri - e você? Não tem namorado?
- Nunca tive um, garotos não se interessam por moças tímidas e nerd's - ela ri da sua observação quando noto suas covinhas na sua face, Kayla era uma garota bonita, apesar de ser tímida gostava de sua vida, parecia ser como eu simples, mas notava-se que tinha uma família enquanto eu não, aprendi a viver sozinha desde os 17 anos, minha tia Nina tentou por varias vezes me arrastar para morar com ela, mas foi em vão, eu preferia morar onde estava com o dinheiro que meus pais deixarem em bancos e algumas coisas nossas, estava levando minha vida o melhor possível queria aprender a viver sozinha, ter responsabilidades, meus pais gostariam de ver sua filha crescer independente.
- Alguns, por mais que eu veja todos os dias como os caras são de verdade, aprendi que nem todos eles são iguais, talvez ainda haja esperança nesse mundo - Ri
- Deus te ouça - ela riu junto a mim.
Kayla parou para comprar um algodão doce e a espero de frente a montanha russa que tinha reparado na entrada, seu nome fazia jus a ela, "garganta do diabo" tinha varias figuras sombrias dos lados, que faziam sobras pavorosas e as luzes vermelhas davam um aspecto ainda mais infernal, o arrepio voltou a percorrer minha espinha logo que vejo ela voltar e seus olhos se encontram as da montanha russa.
- Vai? - pergunta ela com os olhos em chamas, pelo jeito não era apenas eu que gostava de coisas assim, talvez seria divertido - Se for, é melhor irmos logo, olha o tamanho da fila?
Observei a fila de pessoas de frente a entrada, tinha muitas, quase o dobro de pessoas de outras filas, então essa era a deixa para que fossemos logo antes que o parque fechasse e não conseguíssemos entrar mais.
- Você não esta com nenhum pouco de medo? - perguntei a ela enquanto fitava os gritos das pessoas e as curvas bruscas que ele dava, mas era bem seguro e não dava muito medo.
- Nenhum - Ela diz quando o trem entra finalmente no que se diz a "garganta do diabo" e some, eu tentava imaginar o que tinha ali dentro, ou se era apenas um túnel - E você?
- Só um frio na espinha, nada de mais.
Quando finalmente chega nossa vez Kayla balanças os braços como se estivesse se aquecendo e me puxa para uma das primeiras cadeiras da frente, a segunda para ser exata e forço um sorriso de empolgação, mas não me deixaria intimidar.
- Bem, preparada? - pergunta ela enquanto um cara da segurança prende nossos cintos e os verifica se estão bem fechados e dou um sorriso nervoso.
- Acho que sim - respondo quando o trem começa a se mover lentamente.
De inicio era bem lento, havia apenas algumas curvas o que me tranquilizou um pouco enquanto respirava por minha boca, estava nervosa, ainda mais pelas figuras sombrias que apareciam entre o brinquedo, como se estivéssemos em um dos jogos de Silent Hill, ouvia alguns sussurros atras de mim quando vem a primeira curva e me empurra pro lado, Kayla da uma risada em reação e logo vem a segunda curva nos jogando pro lado oposto, meu estômago começava a dar alguns pulos assim como meu coração que batia desfreadamente, eu não sabia ao certo se estava nervosa ou era apenas a adrenalina, mas me sinto gritar pedindo mais junto aos gritos de outras pessoas quando chegamos na primeira descia, ela era uma das menores, mas ainda sim era bastante inclina.
- Pronta? - pergunta Kayla enquanto fechava os olhos já prevendo a descida que o trem estava a dar, havia muitos gritos, mas algo ali estava estranha, eu ouvi outro grito familiar ecoar em meus ouvidos e logo como um flash uma cena, familiar, mas que desconhecida até aquele momento.
A chuva chicoteava nos vidros do carro enquanto mamãe falava sobre um filme que tinha visto a um tempo atras e meu pai cantava desafinadamente uma canção de The Police, reviro meus olhos em relação a barulho e coloco a revista que estava a ler em minha cabeça implorando que parassem com tanto barulho sorrindo, mas era em vão, eles apenas continuavam, só que agora mamãe seguia o papai em um coro totalmente ruim.
- Você devia montar um dupla, cantam divinamente bem - debochei enquanto meu pai se virava para me fitar.
- Claro, fui expulso do The Police quando estavam no auge, ainda me pergunto o por que, canto melhor que o novo vocalista. - retrucou ele.
- Julie? - A voz de Kayla afasta aquelas visões que vieram de repente e tento sorrir quando outra curva nos atingi, as imagens pareciam mais vivas como um filme antigo, totalmente sem sentido, seria a lembrança que achava ter se apagado? - Medo?
- Não, outra por favor - digo num tom de animação levantando um dos braços quando chegamos na decida principal, a garganta, as sombras aumentavam de intensidade deixando a decida cada vez mais assustadora como que num golpe outras imagens me atingem.
- Cuidado Jared, a pista esta molhada - adverti minha mãe abaixando um pouco o radio e meu pai faz uma careta como protesto, a chuva aumentava cada vez mais e senti o carro vacilar um pouco e sinto um pouco de medo, me agarro ao cinto de segurança.
- Helena, deixe de ser medrosa, é só a chuva - retruca ele aumentando novamente o volume do radio e ri da situação.
Mas aos poucos meu sorriso se desmanchou em outra expressão ao ver meu pai tentar desviar um carro que vinha em nossa direção e o carro tombar para o lado capotando a primeira vez e sendo parado por uma arvore na segunda capotagem, estava tudo escuro, os vidros estilhaçados cortavam minha pele e eu não conseguia me mexer.
- M-mamãe? - tentei falar, mas saiu fraco demais, ambos não se mexiam e não podia sentir nenhuma reação vinda deles, eu sentia medo, pedia ajuda, socorro, tentava gritar, mas nada.
Meu peito parecia querer explodir, minha visão estava turva e ardia por conta a chuva que ainda era forte, nenhum sinal de carro, a pista estava deserta e eu me tremia cada vez mais, frio, eu iria morrer, não queria, queria meus pais de volta, queria acordar desse pesadelo, por favor.
Fecho meus olhos com força como quem faz uma prece quando escuto um balançar perto de mim, mãos firmes e quentes ao tentar me mover, eu não conseguia ver seu rosto bem, mas era uma sinulheta masculina, seus cabelos estavam molhados e seus olhos eram de um verde incrível tive a impressão de tê-lo visto antes, mas nada me vinha a cabeça, apenas dor, muita dor, protestei com a dor que fez por conta do puxão no meu braço cortado pelos fragmentos de vidro. - Aghh
- Desculpa - proferiu a pessoa num tom calmo, minha vista ainda embaçada conseguia ver algo se forma atras dele, era quente e... chamas, fogo... eu queria sair dali, eu não queria morrer, não podia.
- Salve meus pais - sussurro sem formas, se eram mesmo alguém que precisava sair com vida era meus pais, não me importa de morrer, mas queria eles vivos, eu gemia de dor cada vez mais, minha cabeça latejava e podia sentir a pulsação acelerada em minhas têmporas, a tal homem respirou fundo e se afastou, fecho meus olhos, minha respiração estava cada vez mais fraca.
- Dictum et factum* - ouvi ao longe essa frase ser murmurada e não sabia ao certo o que significava, mas eu não estava mais no carro, estava a uma distância razoável dele enquanto sentia levemente ser tocada na testa e abro meus olhos, o verde dos olhos do misteriosos homem me fitam ainda tocando meu rosto, lagrimas percorriam por meu rosto, meu corpo doía - Está segura agora.
Foi a ultima coisa que ouvi antes do carro explodir.
- Ai meu deus! - gritava Kayla me fazendo voltar a segunda realidade, meus olhos estavam úmidos e não sabia o que tinha sido aquilo, mas era muito real para ser apenas uma lembrança, os olhos ainda continuavam em minha mente, familiares, eu tive a impressão de ter os visto, ainda podia sentir o cheiro de sua pele... - Julie!? - Agora ela estava a puxar meu braço, me sacudindo, eu como reflexo me afastei tentando me livrar dos cintos e descendo de encontro a um lugar vazio e vários olhares me seguiram quando me curvei, meu estômago quase vazio tentava repelir algo pra fora, minha visão dava algumas voltas.
- Ah Julie, por que não me avisou que tinha medo de altura, eu não teria ido - Ela falou um pouco triste afagando minhas costas enquanto eu tentava livrar meus cabelo do liquido.
Limpo minha boca e me encosto em uma grade quando ela me puxa para sentar em um banco a poucos metros dali, limpo minha boca quando abaixo a cabeça para tentar aliviar a tontura, Kayla segura uma de mais mãos - Vou te levar pro Hospital.
- Não precisa - retruquei de imediato, eu odiava hospitais, acho que eu sabia o por que, desde o acidente de meus pais passei quase 1 ano a curar-me do trauma, o médico me disse que sofreria alguns problemas futuramente, mas nada que não fosse fácil de controlar.
- Você não está bem... - Ela disse me olhando cada vez mais preocupada, sentia minhas mãos soarem e estava preste a desabar, me sentia fraca e minha visão a estar turva. - Julie!? - sua voz agora estava distante, mas ainda podia sentir ela tentando me segurar e pedindo ajuda quando outros braços me seguram, o cheiro que vinha da outra pessoa era similar ao que senti pouco tempo depois, o que me deixou ainda mais apavora.
- Está segura agora - Foi a ultima coisa que ouvi antes de cair na inconsciência.
Sáb Dez 26, 2015 8:30 pm por Mackenzie A. Irvine
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Sáb Dez 26, 2015 8:26 pm por Mackenzie A. Irvine
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Sex Dez 25, 2015 10:10 am por Mackenzie A. Irvine
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Sex Dez 25, 2015 10:09 am por Mackenzie A. Irvine
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Sex Dez 25, 2015 10:01 am por Mackenzie A. Irvine
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Sex Dez 25, 2015 9:55 am por Mackenzie A. Irvine
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Qui Nov 27, 2014 6:43 pm por Convidado
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Sex Nov 21, 2014 12:05 pm por Convidado
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Dom Out 05, 2014 11:09 pm por Convidado