Um dia comum no inverno.
Não se passava das 21 quando eu colocava minha existência a prova, naturalmente quando você acha que pode ter quase tudo durante sua vida, ou pode estar conseguindo ter a melhor vida, melhores amigos, tudo que sempre quis ai entregue de bandeja em sua mão, não significara que tenha felicidade com tudo isso, as vezes os sorrisos que colocará no seu rosto seja apenas pra disfarce e a pior coisa que existe, é viver no fingimento.
- Você acha que realmente é apenas isso? - Eu ouvi um casal brigar no quarto ao lado e embora eu não estivesse prestando atenção na briga fútil deles, parecia que aquelas palavras me faziam questionar sobre outros assuntos.
Na verdade cada um ja deve ter se pegado pensando em como seria sua vida, a planejado todo desde quando alguem te pergunta pela primeira vez o que você vai ser quando crescer. Eu disse que seria médica.
É facil dizer realmente o que vai ser, meu pensamento sobre a vida desde completei meus 15 anos foi uma recapitulação de como seria minha vida, eu não decidi ser mais médica, durante algum tempo pensei junto a muitas pessoas que conheci que você só seria feliz fazendo o que realmente gostava, que amasse fazer aquilo para o resto de sua vida. Eu escolhi a parte das artes, sempre me interessei muito sobre musica desde quando ouvi um dos clássicos do meu pai, Pink Floyd, lembro-me claramente de um trecho da canção que falava "Eu sinto um enorme desejo de voar, mas não sei para onde" era como me sentia naquele exato momento.
Eu passaria um tempo a estudar, iria conhecer alguns caras e muitos quebrariam meu coração, eu tentaria ser forte, podia até chorar por isso, mas como não? seria minhas primeiras decepções e chegaria a julgar que o que sentia uma vez seria amor, mas aquilo não passariam de desastres que ocorrem, por que sempre seu coração será quebrado e se falar alguma vez que se faz de forte o bastante e que ninguem jamais te fará sofrer alguma vez, sinto muito te falar, estará sendo falso consigo mesmo.
Depois de todas essas desilusões, eu iria parar para pensar um pouco em minha vida, mas sempre teria alguém pra bagunçar tudo outra vez, só que tomando cuidado, eu não queria quebrar novamente o que demorei tempos para consertar, na hora certamente não pensará nisso, mas quando a dor passa você senti medo, medo de que aquilo volte a se repetir e tenha se arriscado em vão achando que seria diferente.
Eu conheceria um cara que julgava diferente, no começo seriamos ótimos amigos, um cuidava do outro como podia até chegar algumas crises de ciumes bobos, um cara que te deu atenção á mais, os conselhos dizendo que ele não seria pra você, que talvez só quisesse brincar com tua cara, até um exato momento eu perceber que aquilo não passava apenas de uma amizade e eu podia estar sentindo o mesmo, era duro dizer um pro outro, mas amigos não seriam mais o suficiente.
Um etapa mais séria, eu estaria preste a cursar a minha faculdade quando ele me pediria em namoro, no começo seria o melhor de todos, sempre junto um do outro como costumávamos ser quando na amizade, o casal pintado como perfeito, eu diria que o amava e sem tantas certezas me entregaria pela primeira vez á ele, ainda aninhados um no outro em meio aos lençóis faríamos planos para os próximos anos, meus pais gostariam dele de imediato por ser um rapaz legal e por ter convivido com ele durante o tempo em que eramos melhores amigos.
Depois de alguns anos uma noite levaria a gente a tomar um séria decisão a fim de não por qualquer um em risco, eu estaria esperando um filho dele enquanto ainda estávamos noivos, com apenas 1 ano de relacionamento ao total, meus pais podia desconfiar o por que tanta pressa em se casar, teríamos medo demais pra contar toda a verdade.
Casaríamos em uma igreja pequena, poucos convidados, fim de agosto, eu estaria perto de completar 3 meses da gravidez, mas mal se notava, a emoção tomava conta de ambos naquele acontecimento, até um simples enjoou colocar tudo a perder.
Sem chamar atenção de ninguem meus pais viriam falar conosco e perguntar se eu estava bem, sem saber muito que falar apenas contei toda a verdade, nos repreenderia, mas no fim diria que estavam feliz por a chegada de seu primeiro neto, era o sonho de meu pai, ver um neto correndo pra cima e pra baixo dentro de casa, enchendo-a de sorrisos.
Os primeiros meses são sempre os mais difíceis, com a quase chegada da criança, apenas um podia ir procurar emprego e manter todos nós com apenas um pequeno salário ainda não definido seria um tanto complicado, mas nenhum de nós tentaria perder a cabeça, precisávamos nos manter unidos.
- Olha se não é a princesinha da mamãe? - Eu ria tirando as primeiras fotografias da criança que chamaríamos de Clara, sim, não eramos tão bons em nomes, mas ambos achavam Clara um nome lindo como ela.
Se crescimento era ótimo, mesmo com muita dificuldade não deixávamos sequer nada faltar pra ela, muitas vezes sempre foi ela em primeiro lugar.
Até tudo começar a desandar...
Clara estaria perto de completar seus 5 anos quando o pai começa a ficar ausente em casa, saia de manhã para trabalhar e não tinha hora pra voltar e quando voltava era sempre embriagado, com cheiros de outros perfumes, desconfiaria de uma traição, ou até mais, mas não falaria nada e cuidava dele para que amanhã estivesse bom outra vez e com esperança que um dia isso passasse, alias, casais sempre tem suas fases.
Mas não era assim tão simples...
Ele começou a não dormir noites em casa e mesmo que meu coração estivesse tentando não julgar, eu tinha certeza que tinha outra pessoa em sua vida, podia até ser casos sem importância, eu sempre o tentava perdoar, mas tem uma hora que mesmo que esteja sendo forte o suficiente, uma hora tudo desmorona de uma vez.
Ele chegaria agressivo em uma noite e perguntaria o que estava acontecendo e ele sempre negando, que tudo aquilo não passava de coisas de minha cabeça, eu mostraria evidências e no meio de toda aquela briga ele me bateria, eu seguraria minhas lágrimas para não chorar ou dizer qualquer tipo de coisa e sairia do quarto.
No outro dia Clarinha estaria se ardendo em febre, como praticamente a criei sozinha sabia quase tudo o que podia estar acontecendo, levaria ao médico e ele ficaria sabendo disso, acabaria indo pra lá também e enquanto ela estivesse sendo atendida ele me pediria desculpas por ter me batido, que sentia muito por tudo que estava acontecendo e eu idiota por o amar diria estar tudo bem e que o perdoaria sim.
Na volta pra casa, depois de colocar Clarinha pra dormir tivemos uma noite na qual não tínhamos a muito tempo, como antes recém casados, mas tudo não passou apenas de uma noite, ele voltaria a fazer tudo de novo e quando ele tem coragem de falar pra mim que não me ama mais eu estaria esperando nosso segundo filho, podia sentir raiva naquele momento, mas a criança nunca teve culpa de nada, mesmo assim viria o divorcio e sem ter o que fazer ou saida, tive que aceitar a proposta de minha mãe de voltar pra sua casa até conseguir algo e uma casa para criar a Clarinha e o irmão que viria em breve, doeria por eu ter o amado tanto, talvez o esquecesse um dia, talvez não.
Sim, foi quase uma historia parecida com as que costuma vez em livros, mas não foi exatamente assim, houve muitos caras que quebraram meu coração, mas o melhor amigo, pode ter existido sim, um pouco depois.
Estava nas noites de invernos mais rigorosas na minha região, ao julgar que fazia muitos anos que o inverno não aparecia com tanta força assim, agora estávamos em meio a um.
- O que deseja? - Pergunta o barman daquele barzinho pouco conhecido de perto de onde morava, era pequeno, mas tinha muitos universitários ali, alguns até tinham acabado de sair da faculdade e como era sexta feira podiam aproveitar por amanhã não ter aula.
- Uma cerveja apenas - Digo sem mal prestar atenção a ele, eu ultimamente não pensava em muita coisa, eu ficava perdida em meus pensamentos, mas muitas vezes eles estavam vazios, eu só tentava me concentrar em algo, mas era totalmente em vão.
O movimento naquele dia parecia aumentar cada dia mais, eu estava perdida em meus pensamentos ainda quando sinto alguem esbarrar em mim me fazendo quase derrubar a garrafa que segurava e dei um suspiro, tudo que não queria era arrumar briga com algum garoto ou garota bêbada.
- Opa - Escuto a voz perto de mim, provavelmente quem havia esbarrado em mim e era uma voz tipicamente masculina, não parecia estar tão bêbado, então o fuzilei com os olhos - Me desculpe.
- Tudo bem - Disse me virando novamente para o balcão quando vejo de relance ele sentar perto de mim e encarar minha bebida, eu não quis dar bola, apenas fiquei onde estava fingindo que ele não existia, mas ele estava abusando de minha paciência - O que foi?
- Você não parece o tipo de garota que toma cerveja - Disse ele com um meio sorriso.
- Sério? Quem é você pra achar que sabe de minha vida? - bebo mais um gole enquanto escuto sua risada e aquilo me trouxe um certo incomodo.
- Me chamo Lucas, mas pode me chamar de Luke e acredite, eu posso saber bem de uma pessoa apenas a observando.
- Errou nessa parte companheiro - Digo me levanto e seguindo em direção a porta quando um de seus braços me puxa pela cintura, eu não havia percebido o quando ele era alto a um tempo atrás - O que é dessa vez cara?
Ele apenas ri e me beija com força, eu tento lutar por um tempo sair de seus braços, mas ele me solta depois de um tempo ainda me olhando com aquele sorriso que estava me irritando.
- Posso pelo menos saber seu nome? - Ele pergunta
- Meu nome é me deixa em paz.
Digo saindo por aquela porta sem olhar pra trás.
Eu posso ter saído daquele bar irritada por conta do que ele fez, mas de certa forma eu ri depois que sai a do bar, eu era mesmo uma idiota.
Sáb Dez 26, 2015 8:30 pm por Mackenzie A. Irvine
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