O Paradigma do Inacreditável
- Me dê uma chance, posso tentar explicar - Sua voz oscilava, já beirava o desespero, também, eu teimava em não escuta-lo.
Suspiro profundamente e deixo o por hora que a tensão seja nula.
- Está bem, se manifeste.
- Irá ouvir tudo o que tenho a dizer sem protestar?
Apenas assenti e gesticulei para que ele desse continuidade a ladainha.
- Está bem. Como já tentei lhe dizer, meus descendentes acreditavam nos tais guerreiros alados, acreditavam que alguns de sua linhagem possuíam um potencial para assumir outras formas.
- As Asas. - Proferi num sussurro, de certa forma suas explicações eram interessantes ,sempre me interessei por assuntos de tal feitio, mas por mera curiosidade, jamais, em hipótese alguma cogitei que alguns deles fosse real, e minha mente continuava assim, mesmo que lhe abrisse espaço para explicações. Tudo o que eu queria era que em toda essa falta de coesão, Bruce resolvesse contar a verdade.
Havia me sentido mal aquele dia, logo de cara concluí que ele me dera algum tipo de droga, talvez com a ideia de que eu não me doasse a ele, mais foi diferente, eu fui com ele por livre vontade. Talvez por isso as desculpas, devia ter se sentido culpado por pensar que não confiasse nele. Agora mesmo não confiaria, ainda me vinha com essas histórias medíocres, por favor, até os antigos namorados de Ever conseguiam inventar desculpas esfarrapadas mais convincentes, e ele ainda tinha que me arrumar um par de asas, deve ter achado no quarto de Ever, ela era meio louca em relação a fantasias. Resolvi que entraria na " onda " dele e veria até onde ele seria capaz de ir.
- Isto! - Ele sorri parecendo satisfeito por meu repentino interesse. - Mas até certo ponto julgavam que tal história não passava de uma lenda para que as crianças aderissem a bravura de seus heróis. - Ele para por um segundo e me fita os olhos como se esperasse uma interrupção.
- Prossiga... - Indago em tom casual.
Ele assente e sorri.
- Certo dia, quatro irmãos beiravam os limites de sua comunidade, onde os dois mais velhos caçavam o que comer, e o mais novo brincava na plantação na qual a irmã fazia a colheita. O pequeno vagava de um lado a outro revirando a terra nos lugares onde o solo parecia ser mais fértil. Alguns minutos depois que começara a cavar um pequeno buraco, o garotinho encontra uma caixinha com alguns detalhe tribais entalhado, a recolhe e leva irmã que em seguida chama pelos mais velhos. Assim que conseguem abri-la, recebem de presente dos deuses quatro amuletos. Mal sabiam eles que estes continham grande poder, então cada um toma posse de um. O Primeiro carregava o pingente de Safira, representando o elemento água, este foi dado ao irmão mais velho. O Segundo tinha a asa entalhada numa pedra de diamante, foi entregue a Garota, que passou a representar o Ar, o terceiro era entalhado em uma delicada pedra de esmeralda, que representava a terra, e este foi escolhido pelo terceiro irmão, o menos de todos ficou com o cordão de rubi, que representava o fogo. Só descobriram o poder que possuíam estes cordões quando chegaram em casa e viram sua aldeia ser atacada por bárbaros, sentiram um chamado em seu coração e com bravura defenderam seu povo. Daí em diante, constatou-se que a lenda era real. Os pequenos cresceram e foram venerados por seu povo, mais não perdiam a bondade e a pureza que carregavam no coração, apenas um deles foi corrompido pelo poder, aquele que carregava no peito a força de um dragão que cuspia chamas, daí nasceram os demônios, os que descendiam da Rubi.
- Acabou de dizer que só existiam quatro cordões, como haviam descendentes? E outra, se só os descendentes de seu povo traziam no sangue o potencial pra um alado, eu to totalmente fora dessa. - Sorri sentindo-me vitoriosa por derrubar suas explicações.
- Ai é que tá, os descendentes a que me refiro, são aqueles que vieram antes de todos nós, ou seja, querendo ou não todos nós somos descendentes de um mesmo povo. E quanto a existir apenas quatro cordões, aqueles que os possuíam podiam duplicar seu amuleto caso encontrassem um outro com potencial. E eu te achei, e você ta dentro. - Ele ri me contrariando e bagunça meus cabelos.
Bufo e reviro os olhos.
- Grande coisa, sabemos que isso não passa de coisa da tua cabeça, desculpa esfarrapada pra não contar que deu um jeito de me drogar pra passar a noite comigo. - Profiro ríspida e o fito de modo sério.
- Está a me dizer que não fez de vontade própria? Porque, sinceramente, não te droguei. E eu quero que um raio me parta se o que lhe disse agora for mentira. - Sua expressão era matura, parecia mesmo falar sério.
Lá estava eu outra vez a quase protestar de novo, quando sinto que minha coluna tendia a estouras, cinto um peso nas costas e de repente já parecia mais leve e livre do que todas as outras vezes, era a mesma sensação de prender os olhos aos de Bruce, o céu parecia me pertencer. Resolvo olhar de soslaio para minha costas e vejo o mais novo anjo surgir em mim.
Sáb Dez 26, 2015 8:30 pm por Mackenzie A. Irvine
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