Sua quietude diante de minhas ações angustia-me de forma insuportável. Oh donzela como podes deixar-me em tanto sufoco, na dor incessante de um amor jamais conquistado. Do desejo de tê-la em meus braços de forma serena, beija-la sutilmente, possui-la vagarosamente, ama-la eternamente. Tudo aquilo que é descrito em meros contos, não são reais, não podem tornar-se reais... Foi isso que criei como a minha realidade, até aquele momento.
Capítulo Único
No ambiente domado pela escuridão, com algumas mechas dos reflexos escandescentes da lua radiante no céu, estava uma dama aprochegada em seus lençóis de Cetim lembrando a cor viva do vinho tinto.
Oh! Como desejava tocá-la!
Um desejo egoísta de minha parte, um rapaz indelicado vivendo uma realidade diferente, o monstro da história que tomou posse do papel de príncipe, esse dominava-se o meu verdadeiro ''Eu''.
Como poderia desejar a bela dama estendida na cama de forma tão desesperadora?... Seus longos cabelos claros organizados de forma tentadora, seu rosto pálido com seus lábios pintados com a cor do pecado dava-me tentações jamais imaginadas, jamais esquecidas.
Escorei-me na parede com detalhes medievais absurdamente belos, tendo parte de minha pessoa tapada pela dança que as cortinas rendadas transmitiam em junção do vento gélido daquela noite amaldiçoada. Apenas a observava, o vestido que utilizará no momento dava-lhe um ar sedutor, seus seios firmes transpareciam pelo tecido fino, a doce observação foi interrompida com batidas na porta, uma pergunta foi feita e a única resposta que meu lado pecador pode dar:
Estou ocupado no momento, ainda tenho minhas últimas tarefas a cumprir, neste cômodo.
Estava mais que encorajado a observar a jovem Lady sem receber um olhar negativo de sua parte. Meus objetivos eram outros servindo-a, minha vida agora pertencia a suas vontades, vontades diferenciadas das minhas.
Que absurdo!
Murmurei a min mesmo em um ato de negação. Sentei-me na beirada da cama enquanto colocava minhas mãos em minha face refletindo, tanto tempo a desejei, o fim estava próximo, o fim de minha existência estava chegando ao abismo da dor.
Poderia eu, encontrar meu último desejo nessa dama? Poderia encontrar um sentimento adormecido a muito tempo?
Coloquei minha mão esquerda sobre o lençol frio enquanto aproximava-me do rosto da jovem adormecida, pude sentir sua respiração levemente falhada, sua frieza, seus lábios a pouco chamativos estavam como a neve pura, tão fria e charmosa. Aos poucos recebi o brilho de seu olhar, como sempre a garota manteve-se imóvel, mas pela primeira vez ouvi um murmuro, uma melodia a min, uma canção.
Meu peito apertou-se, aquela era a melodia da morte. Sim, realmente o fim estava próximo, já enferma a garota cantou-me a canção, honrada a aqueles que são devotos aos mestres. Sobrepus sua cabeça em meus braços enquanto aos poucos aproximava-me de seus lábios, a canção cessou-se lentamente dando inicio ao último toque que receberia de minha Lady, o beijo ardente permitido pela garota.
Sua quietude diante de minhas ações angustia-me de forma insuportável. O donzela como podes deixar-me em tanto sufoco, na dor incessante de um amor jamais conquistado. Do desejo de tê-la em meus braços de forma serena, beija-la sutilmente, possui-la vagarosamente, ama-la eternamente. Tudo aquilo que é descrito em meros contos, não são reais, não podem tornar-se reais... Foi isso que criei como a minha realidade, até aquele momento.
Um momento de silêncio, ouvi um suspiro ao cessar minha ação, um suspiro de dor escoou pelo ambiente. Ao abrir meus olhos a mesma estava com lágrimas cintilantes em seus olhos carmesim, um sussurro foi dado... Um... Te amo? Não, não obtive sucesso ao ouvi-lo, agora a incerteza domaria-me, como a dor absurdamente angustiante que senti naquele momento. Estava minha dama, falecida em meus braços, uma boneca de porcelana frágil e radiante.
Eu provei de seu beijo, possui seus pensamentos por uma fração de segundos confusos e desesperados pela dor do fim próximo, eu a obtive em meus braços, certamente.
Agradeço por sua gentileza, e peço perdão pelo meu egoismo, força-la com a rejeição da culpa para atender as minhas satisfações, foi prazeroso, de fato. Apenas fui um peão de seu tabuleiro, e agora jogou de forma imprudente, xeque mate, minha doce Lady.
Sáb Dez 26, 2015 8:30 pm por Mackenzie A. Irvine
» {Descrição} Sacerdotes e Sacerdotisas
Sáb Dez 26, 2015 8:26 pm por Mackenzie A. Irvine
» Membros da Casa da Vida
Sex Dez 25, 2015 10:10 am por Mackenzie A. Irvine
» {Descrição} FTCS
Sex Dez 25, 2015 10:09 am por Mackenzie A. Irvine
» {Descrição} Transmorfos
Sex Dez 25, 2015 10:01 am por Mackenzie A. Irvine
» {Descrição} Oráculos
Sex Dez 25, 2015 9:55 am por Mackenzie A. Irvine
» [FP]-Alex Mikaelson
Qui Nov 27, 2014 6:43 pm por Convidado
» [FP] Srta. Annie Voguel
Sex Nov 21, 2014 12:05 pm por Convidado
» [FP] Jessica Hans
Dom Out 05, 2014 11:09 pm por Convidado