Redação 1 - Chenobyl Times

Mais um dia de trabalho, e lá estava eu a redigir algumas de minhas matérias, cujas quais Cara intitulava idéias machistas.
Por falar nela, confesso que sentia falta de poder topar os olhos aos dela, aquele mar de ternura e esbravejo, a tempos não a via.

Bem hoje era o último dia de minha rápida licença, acabo por ir a redação, precisava mesmo organizar e ver como tudo andava, se encaminhava. Se não fosse eu, esse jornal não ia para frente

Pensei enquanto adentrava e me batia de frente com ele, Wade, não posso negar-lhes que quando meu corpo foi de encontro ao dele, pelo fato de estar com pensamentos longes, trouxe-me arrepios em toda a pele.

Seus olhos distraíram todo o meu interior confuso, deixando-me em baixa guarda.
Paralisado, petrificado, incapaz de mover um só músculo que não fosse em sua direção.
Algo em mim gritava e pestanejava a todo gás, implorava por um olhar voraz, que demonstrasse qualquer face do desejo humano e do amor divino, qualquer que fosse o sentir impetulante e teimoso que abatia meu coração, o qual palpitava vago, aguardando por uma correspondência de sentimentos.
Quem diria, eu, Perdidamente encantado, loucamente apaixonado. Logo eu, um filho da farra, uma prole do pecado.
Mus olhos pestanejam em fixar-se astutos aos dela, desejando mergulhar naquelas águas que abrangiam totalmente o seu olhar, queria afogar meus sentimentos ali, nela, com ela, para ela.

E para piorar a situação, ele não proferira nada, assim o encanto demoraria a ser quebrado. Não conseguia piscar os olhhos com medo de isso acabar, era uma forma deliciosa de junção como se dois corpos podessem ser unidos, se uma prole feita para não amar, apenas o seu criador acabava por criar sentimentos novos, isso tudo depois do amor de ser mãe.

Pensei e enfim pisco os olhos afastando-me dele.

- Sloan!

Minha voz suava calma, mais meu coração palpitava desmasiadamente, puxe o ar para acalmar meu coração.

- Senhorita Wood
Forcei-me a proferir algo a ela e dei um meio sorriso. Guardei ar nos pulmões sem tirar os olhos dela.
- Como estão suas crianças?
Mordi meu lábio, também havia criado vínculos com o pequeno garoto, e ainda descobri que haviam entregado a ela uma outra criança.

Pisquei os olhos me forçando a não olha-lo diretamente.

- Soube da Saphire?

Perguntei-lhe enquanto caminhava para a cadeira, não sabia quanto mais ficaria em pé ao seu lado.

- Não se tem segredo neste lugar.
Proferi endireitando-me na cadeira. Estava incomodado, não com sua presença, mais com a distancia entre nossos corpos.
Suspirei e sorri outra vez.
- Imagino que seja uma boa mãe.

- Pois não, somos todos jornalistas.

Proferir balançando-me na cadeira.

- Bem,eu tento.

Pisquei os olhos.

- Bem , até podia! As crianças estão cansadas de ficar em casa.