Capítulo 2 - Mil e um Amores
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Creio eu que grande parte das frustrações na vida de uma adolescente se devem ao interesse por algum rapaz. Eu por exemplo passei por muitos destes episódios em meus 16 anos de vida. Tentarei coloca-los em palavras, se é que isto é possível.
Se vou mesmo falar de meus romances, nada melhor do que começar pelo primeiro beijo. Fora um dia curioso, eu devia ter meus 13 anos, costumava ir para a casa de meus avós durante a tarde, era um lugar onde me sentia bem, sem dizer que minha prima Nathalie morava nos fundos e havia também vários amigos de infância que eram vizinho, digo isto por que a uns meses atrás era minha família que residia o local onde agora Nath morava.
Continuando, era uma tarde de quarta feira, o horário devia beirar as duas da tarde, Annie, uma das vizinhas, viera me chamar . Costumávamos ficar lá fora trocando assuntos, eu, ela e Nath, este ano estava sendo diferente, Nath estudava no turno oposto ao nosso.
Digamos que naquela época meus avôs não faziam questão de ter internet em casa e quando batia a curiosidade eu era obrigada a pedir um trocado a eles e ir a lan house na companhia de Annie. Fora o que aconteceu naquela tarde, havia um rapaz cujo o qual Annie gostava muito, lembro-me até hoje do nome estranho que ele tinha, Malthus, mas apesar da falta de gosto para nomes, os pais do garoto foram capazes de entalhar um verdadeiro deus grego. O Rapaz era moreno, bem mais alto que eu na época, olhos azuis e seu cabelo um leve cacheado. Era ali naquele lugar onde eles costumavam se encontrar, enquanto se agarravam eu me privava do mundo navegando por alguma rede social, lembro que na época era o ORKUT que estava em alta, quanto tempo .
Como de costume lá estava o rapaz aguardando Annie, um sorriso maroto nos lábios a convidava para um abraço, desta vez havia um outro com ele, não tão bonito, mas tinha o sorriso simpático, infelizmente quem vê cara não vê coração. Também moreno, aliás, não existiam muito loiros por ali, eram o que chamávamos de " raridade " . Abandonei o trio assim que pude e adentrei o espaço escolhendo um dos computadores. Infelizmente minha diversão tecnológica não durou muito. Bastaram dez minutos e lá estava Annie a me cutucar .
- O Amigo do Malt quer ficar com você. - Ela proferia com tamanha tranquilidade que me apavorava.
- Eu sou BV . - Disse sem tirar os olhos da tela do computador.
- Qual é, ele é bonitinho!!
- E, eu sou BV. - Insisti.
Para meu azar, aquela garota sabia me manipular e inconsequentemente fui arrastada lan house a fora e entregue aos braços do garoto. Nem sequer perguntara meu nome, senti-me apenas ser puxada e antes mesmo que tivesse tempo para reagir ele me lascou um beijo. Acredite, não fora nada agradável, não que o rapaz beijasse mal, mas era eu quem não sabia fazer o serviço . Para piorar a situação o infeliz tinha a tal da mão boba. Ao notar os sinais da primeira ousadia impedi-o de prosseguir e o empurrei.
- Ta legal Ann, ta na hora da gente ir embora. - Falei desorientada e a puxei o mais depressa que pude para longe dali.
Não levaríamos mais que cinco minutos para chegar novamente a casa de meus avós, e enquanto Annie resmungava algo sobre minha retirada estratégica, eu mencionava juras de morte a ela.
- Ele era bonito. -Disse ela tentando amenizar a situação.
- Não disse que era feio, só que eu planejava esse momento com alguém que eu gostasse de verdade, entende ? Não com um estranho que nem sei o nome. - Disse injuriada .
- Bruno.
- An?
- O nome dele é Bruno.
Revirei os olhos.
Talvez esteja pensando que a decepção fora apenas o primeiro beijo, mas não é bem assim, um dia depois aquele rapaz viera me procurar, e para minha surpresa ele namorava uma garota a 3 anos e seria pai no próximo mês. Pois é, coisas do tipo costumavam acontecer comigo.
Para todos os efeitos sempre havia o próximo. O nome dele era Wislan, talvez eu tivesse uma queda por morenos, ou apenas estava acostumada com o produto que nos era oferecido. Ele era mais velho que eu, mas apesar disto enquanto eu era do 9º ano ele era do 8º, e havia algo que fazia com que nossa idade aparente fosse diferente da real, eu era bem mais alta que Wis.
Era o tipico garoto tímido, mas me encantava, não era considero bonito pelas regras de modas impostas pela sociedade, mas era alguém que me fazia bem. Mas enfim, toda fachada de bom moço não passava de um aparente fajuto, Wislan era um cafajeste, acabou me traindo com sua melhor amiga.
Bom, se ainda esperam por alguma história amorosa em minha vida, aconselho que parem de ler a partir daqui.
Bom, vejamos quem veio depois. Ah claro, como pude esquecer? O nome da praga, Daniel, meu melhor amigo, e acredite, o grande amor da minha vida. Tínhamos uma relação muito boa, até por que éramos melhores amigos, ele me contava tudo e da mesma forma eu contava tudo a ele.
Passei a olha-lo com outros olhos num passeio da gincana. Eu era a mais timida, e como o local escolhido fora uma reserva florestal, logo teriam as cachoeiras e eu evitaria a todo custo ficar seminua. Era uma insegurança, acho que eu tinha o direito de sentir isto não é ? Bem, naquele dia, os rapazes tiraram o dia para me atormentar. E com bravura Daniel me defendeu. Lembro bem que na época ele não era do mais bonitos, porém muito charmoso, hoje em dia o que eu tenho a dizer sobre ele é " GOSTOSO ". Prosseguindo, depois deste ato me apaixonei por ele, perdidamente, e infelizmente fui rejeitada e ele se afastou. Muita coisa aconteceu depois, eu mudei de escola, nos distanciamos, fiquei um ano sem saber notícias dele e para mim parecia tudo certo, até que voltamos a nos ver.
1º ano do colegial. Ele mal olhava para mim, afinal agora ele fazia parte dos populares, naquele meio tempo havia provado de todas as bocas, inclusive da minha " melhor amiga " e da minha " amiga de infância ", Respectivamente Jenny e Valery [ Sim, aquela mesma que comentei no capítulo sobre o baile ] . Para quem se diziam amigas elas foram longe, não é? Ou era apenas eu com meu ciúmes doentio?
O destino parecia gostar de me aprontar peças, lembram-se da Annie? A vizinha de meus avós? Estudava nesta mesma escola, mas esta já cursava o 2º ano, como já éramos próximas, foi com ela quem me apeguei durante esta etapa, e o destino trabalhou, sua melhor amiga era agora a namorada de Daniel. Bom não importa o passado, o futuro me reservou a quem eu tanto amava, talvez não por muito tempo, mas por tempo suficiente para ter a certeza de que quem eu tanto amava não passava de um imbecil .
3º Ano do Ensino Médio, Daniel se tornara comparsa de meu irmão mais velho. Como? Matt costumava se divertir com a irmã mais velha de Dan. Por tal absurdo Dan passava muito tempo em minha casa disputando partidas de futebol no XBOX 360 de meus irmãos. Num belo dia estava eu sozinha em casa e Daniel resolveu bater no portão. Hormônios a flor da pele, antigas paixões, reencontros, desejo, e privacidade, a receita perfeita para um bom beijo não é ? E se eu tivesse permitido, tenho certeza que viria algo a mais. Mas não fazia este tipo. Bem, lá vamos nós para parte decepcionante. Daniel como um " bom " machista teve de me trair e contrariar com todas as ideias que meu coração cultivava.
Houve um que não me decepcionou, muito pelo contrário, talvez até me deixava um pouco de lado, mas ele sim era um homem de verdade. Não citarei seu nome por gratidão a experiência.
Machista seguinte, Henry, um gringo. Meus músculos ainda tremem quando lembro dele. Os olhos cor de mel, físico atlético, lábia afiada. Não havia como resistir, e me entreguei, inconsequentemente me entreguei a ele. E sem pensar no que poderia vir herdei uma gravidez. Bastou uma noite, e agora eu gerava um bebê em meu ventre. Confesso que de início me desesperei, cheguei a pensar em arranca-lo de mim, não era responsável a ponto de tomar conta de uma vida, mal cuidava da minha. Felizmente podia contar com Henry, ele assumiria o bebê, mas novamente, por obra do destino, uma grande decepção, a perda da vida que eu gerava. Não mentirei, doeu muito, não só fisicamente, mas meu psicológico ficou abalado. Por fim Henry não fora de fato uma decepção em minha vida, mas um aprendizado, o término veio por ciúmes abusivo de ambas as partes e por um repentino sentimento que ele cultuava pela namorada, ou quase isso, de Matt.
Daí em diante a coisa esquentou, primeiro viera o desgraçado de nome difícil o qual eu chamarei apenas de M., o infeliz conseguiu me balançar em pouquíssimo tempo, e viera então a notícia sobre o baile, quem em melhor que ele para levar? Primeiro, parecia um completo cavalheiro, agradaria meus pais e por fim, era mais alto que eu. Como já era previsto uma futura decepção, me ligou um dia antes do baile avisando que não iria ser meu par, Maldito.
Este é o ultimo, quer dizer, não estou dizendo que não vou me apaixonar novamente, mas bem, confesso que meu peito ainda bate por este, infelizmente fora esta paixão a qual mais me doeu, ainda dói. Ralf, era bem mais velhor, tinha seus 25 anos. Foi a ele quem compus minha primeira canção. Nós temos uma história, ainda que nada tenha ocorrido. Nos conhecemos e bem, foi encanto a primeira vista, ele era um bom homem, veio o tempo e a notícia sobre a doença, eu era portadora de células defeituosas, leucemia. Assim que soube Ralf fez doação de sangue e disse que faria sempre que pudesse. Cuidou de mim como que cuida de quem ama. Tornou-se tão meu que eu não podia acreditar na infeliz realidade, ele era casado. Assumo que não me doeu muito saber disto, por que sinceramente, eu estava disposta a ignorar esta barreira, mas não o fiz. Apenas, me afastei.
Sáb Dez 26, 2015 8:30 pm por Mackenzie A. Irvine
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