Loft Deron

Quando entrei finalmente no meu Loft seguido por ele, senti como aquele meu lugar me fez falta, la no Coliseu eu não conseguia me sentir a vontade, era como se eu estivesse em uma prisão, aquele lugar me dava nauseas, mas estava ali apenas por minha missão.
joguei as coisas no sofá e me sentei fitando o teto e dando um longo suspiro, até o ar dali era melhor, mas livre, não com lá que ate a atmosfera era sufocante e o cheiro da fumaça misturada a o suor, bebida e milhares de homens a gritar, era simplesmente agoniante.
- Quer alguma coisa, alguma bebida, sangue.
O fitei arquiando a sobrancelha, ja havia percebido desde cedo que ele era um vampiro.

-Não obrigado, como pode perceber já estou muito bem alimentado, mas agradeço a receptividade.

Sentei-me ao lado dela e fitei seus olhos.

-Conte-me sua história minha cara, o que fazia naquele lugar horrivel, não combina com você.

Falava com a seguraça acolhedora de quem não tinha muito a temer, estava seguro de meus atos como sempre.

- Com certeza nunca vai ser, sou uma assassina, estou ali a missão, quero a cabeça de alguem dali.
Profiro quando ele se senta ao meu lado, muitos de minha raça não mereciam confiança, mas ele era seguro, não era do tipo que sairia por ai contando isso, fito seus olhos, eram impressionantes, me sentir quase me render a ele naquele momento, com toda sua classe, tinha certeza que sangue de uma linhagem real, confesso que me senti atraida, mordi o labio inferior e o fitei.

-Apesar de ser uma assassina como você mesmo diz, pela intensidade com que refere-se ao alvo tenho a sutil senssação de que existe um forte motivo para desejar sua morte.

Abracei a vampira, envolvendo-a com os meus braços de uma forma segura, com um tipo de ternura encontrado somente em seres que possuem uma alma pura.

-Conte-me querida, quem lhe fez mal ?

Pergunto em um tom que transparece uma grande preocupação enquanto apoio confortavelmente sua cabeça sobre meu ombro e tiro as mechas de cabelos de seus olhos para fita-la.

- Ela não ousaria me fazer mal, mas é meu dever aniquilar demônios, só de pensar naquela... sinto repulsa dentro de mim.
Ele me abraçou e depois me aninhou em seu ombro ajeitando meu cabelo de uma forma que pudesse fitar meus olhos, era engraçado o de toda aquela aproximação, pois depois de muito tempo isso nunca mais havia acontecido, mas eu não queria me afastar, por isso permaneci onde estava, apenas a senti-lo afagar meus cabelos e sentir seu cheiro agradavel.

-Tome cuidado, eu não duvido que tenha a habilidade necessaria para se defender, mas não gosto da idéia de ve-la em perigo.

Levante-me do sofá passando meus dedos sobre sua face e dei as costas para ela, de fato a ideia de uma irmã estar em um perigo em potencial não me agradava.

-Uma vez eu tive um sonho, sonhei que nossos irmãos e irmãs vivendo em segurança em um mundo onde não seriam recriminados, onde não seriam cassados ou chamados de monstros.

-Mas esse foi um sonho debil, tolo, as pessoas sempre vão matar nossos irmãos, pois supostamente não temos alma.

-Não... eles estão errados, nós temos alma, eu já chorei a morte de muitos semelhantes, venha comigo, ao menos mude-se para um lugar onde eu possa protege-la.

Segurei as mãos dela de forma acolhedora.

-Venha comigo, venha para perto de nossos irmãos e irmãs, não quero nada em troca, quero apenas que estaja em segurança.

O fito sentindo seu toque acolhedor, era bom saber que alguem de nossa especie ainda são assim, por que muitos não merecem nenhum tipo de atenção.
- Apesar de não ser uma vampira muito velha eu treinei desde que fui transformada e até agora nunca sai machucada em alguma missão.
Fiquei pensando em a onde ele me levaria, se os meus outros irmãos seriam assim como ele, eu iria gostar de conhecer mais de minha espécie, apesar de ter me virado contra muitos.
- Eu fui criada, mas muitos de minha espécie... - proferi mexendo a cabeça devagar - eu me virei contra muitos de minha espécie, eu não me arrependo do que fiz com eles, mas eu o vejo e talvez ainda haja esperança para alguns de nós.
Me levantei ainda segurando sua mão e fitando seus olhos que eram de um verde impressionando, não um verde esmeralda como ja cheguei a ver, mas um verde diferente.

Me aproximei lentamente e beijei seus lábios, um beijo rápido e sem lingua, apenas toquei meus lábios aos dela.

-Doce criança, não tens de lutar sozinha, não tens de viver sozinha.

Disse enquanto acariciava sua face e caminhava lentamente ao seu redor me posicionando por tás do sófa, massagei seus ombros.

Aproximei meus labios em seus ouvidos e disse em um sussurro manso enquanto colocava um colar feito de prata sobre seu pescoço.

Spoiler:

-Regere sanguine regere in veritatem est.

Levantei e passei minhas mãos de forma suave sobre seu cabelo, deslizando os dedos entre as mechas.

-Aquele que Governa o Sangue, Governa a Verdade.

-Este é o brasão de nossa família, este é o simbolo e o lema dos Ventrue, nós cuidaremos de você, cuidamos da nossa família, jamais o tire de seu pescoço, é uma de nós agora.

Fito o colar de prata e sorrio, era deslumbrante assim como ele, o toco com a ponta dos dedos sentindo-o como minha pele, fria.
- Obrigado
Foi o que conseguir dizer, fita-lo na verdade me deixava sem nenhuma palavra, como se elas fugissem, afago seus cabelos e lhe beijo a face demoradamente, sim, muitos de nós ainda tinham esperança, todas aquelas palavras que ele disse são verdadeiras, queria conhecer minha nova familia, quem seriam eles.
Quando volto a olhar nos seus olhos, sentia-me como se minha humanidade pulsasse dentro de mim, era estranho pra mim, por que nunca havia me sentido desse maneira antes, eu não conseguiria explicar isso, era praticamente impossivel, era como se por um instante eu sentisse como se dentro de mim ainda existisse uma alma, mesmo com todo obscuridade que os vampiros carregavam, eu sentia como se minha alma pudesse sentir liberdade ou qualquer outro tipo de sentimento que venha junto a mesma.

-Siga-me, vou leva-la para nossa casa.

Segurei as mãos dela e guiei-a pelo caminho até a Mansão Ventrue.

Encerrado.

O segui, feliz por agora ter uma familia.

Encerrado

Entro e coloco ela deitada no sofá, agora nós viveríamos juntos para todo o sempre, tranco a porta escondendo minha chave, ela não podia fugir, ela iria perceber que nasceu para ser minha.

Minha cabeça latejava, eu teno abrir os olhos devagar, não reconhecia o local, mas me lembrava o que tinha ocorrido, Deron havia me dopado e me levado ate ali, o que ele pensava estar fazendo?
- O que esta fazendo, deixe-me sair daqui Deron ou vou gritar.

- Agora estamos juntos meu amor. - Digo acariciando seu rosto, ela poderia gritar ninguém estava por perto e poderia escutar.- Cante para mim? - Pergunto com um sorriso, queria escutar a voz da minha amada.

- Não Deron, não estamos juntos, eu não sou seu amor, por favor me deixa sair daqui, o que pensa em fazer comigo? - proferi me levantando e indo em direção a porta, mas estava trancada.

- Não tenha medo Dakota, vamos viver juntos pelo o resto da vida, como em um conto de fadas com final feliz. - Digo indo até ela, a pegando pelo braço e beijando seu rosto.

- Não vamos Deron, eu não te amo, eu quero ir embora, me deixe sair - proferi fugindo de seu abraço, mas meu coração não mentia, le sentia algo, mas aquele não era o Deron, ele nunca faria aquilo.

Me senti rejeitado pela mulher que eu amava, aquilo doeu muito e eu não sabia o que fazer.
"Se ela não vai ser sua não será mais de ninguém" - Escuto uma voz na minha cabeça dizendo para mim acabar com a vida de Dakota já que ela não me amava, aquela voz ficava cada vez mais alta e difícil de ignorar, soltei Dakota e me afastei dela com medo de perder o controle e machuca-la o que eu iria fazer?

Ele se afasta com a o rosto meio estranho, com certeza tendo algum tipo de surto, sei, entao fico apenas a observa-lo de onde eu estava tentano achar a chave em algum lugar pra sair dali logo, eu nao ficaria ali.
- Deron, to te implorando, me deixa sair por favor. - proferi com lagrimas no rosto, por que ele? Por que aquilo estava acontecendo com ele?

Porque ela não queria ficar comigo? Tudo queria era fazer ela feliz e assim eu também estaria feliz, parecia que estava naquele mundo só para sofrer e ser rejeitado, a fito, lagrimas começam a sair dos meus olhos e descer sobre meu rosto.
- Desculpe mas eu não consigo te deixar ir, eu preciso de você

Vejo lagrimas descerem sobre seu rosto e senti-me ruim, voltei ao seu encontro e me envolvi em seus braços.
- Desculpa Deron, mas não é assim que se faz uma pessoa te amar, eu gosto de você sim, mas não dessa forma.
Talvez gostasse dessa forma, mas eu estava confusa e nervosa demais todo esse tempo pra assumir

- Eu sei porque você não gosta de mim. - A fito ainda com meus olhos cheios de lagrimas eu sei que ninguém amaria alguém doente como eu.- Acho que ninguém vai querer amar alguém como eu um dia.

- Não diga isso, vai sim, você merece ser feliz
Proferi ainda abraçada a ele

- Me diga Dakota, quem vai querer um louco?- Ela não quer, ninguem vai querer, eu estou condenado a viver o resto da vida sozinho.